Integrante do ’Sexteto do Jô’, maestro Osmar lembra generosidade do apresentador: ’Não era chefe, era amigo’

Por Gabriel Gontijo

Pianista que integrou o programa do Jô Soares desde os tempos do SBT, Osmar Barutti falou com exclusividade ao Vipei! sobre a morte do apresentador aos 84 anos, ocorrida nesta sexta, 5, em São Paulo. O maestro afirmou ter uma “enorme gratidão” ao artista com quem dividiu o palco e muitas risadas.

“Tenho uma enorme gratidão pelo Jô Soares, assim como todos os outros músicos também tinham. O Jô incentivava nossos trabalhos e divulgava nossos shows. Ele não era apenas um chefe, era um amigo querido. Não era patrão, era um queridão. Este é um dia muito triste para todo o país”, lamentou Osmar.

O maestro revelou uma particularidade sobre o apresentador que era pouco conhecida: sua religiosidade. Apesar de Jô fazer abertamente em seus programas algumas críticas a aspectos doutrinários da Igreja Católica, Osmar afirma que Jô era cristão e frequentava assiduamente as missas de uma igreja no bairro do Brás, na cidade de São Paulo.

“Gostaria de destacar que o Jô era um homem cristão. Ele não falava muito sobre isso, mas ia às missas todos os domingos na Igreja de Santa Rita, no Brás, aqui em São Paulo. E ele comentava conosco durante os ensaios desse lado espiritual. E o Jô tinha muito respeito às coisas sagradas. Era um homem de Deus. Por isso, creio que ele esteja fazendo a passagem ao mundo espiritual com muita calma e paz”, opinou o pianista.

Mortes de redator do programa e do filho causaram “sofrimento muito grande” ao apresentador

Para Osmar, o ano de 2014 foi sofrido para Jô Soares por causa das mortes do redator do programa, Max Nunes, e do filho do apresentador, Rafael Soares. O primeiro morreu aos 92 anos, em junho daquele ano, vítima de infecção generalizada, e o herdeiro em outubro, por causa de um câncer no cérebro.

“As mortes dos dois causaram um sofrimento muito grande ao Jô. A gente viu isso no semblante dele. O Rafael era um filho querido, muito especial para ele. E o Max Nunes era o braço direito, esquerdo e o coração do Jô. Eram amigos de décadas, de uma vida inteira. Então esse ano foi de muita tristeza, e nós, do sexteto, acompanhamos bem de perto tudo isso. Às vezes, a gente buscava dar uma força no silêncio, e o Jô entendia isso muito bem”, recordou.

Promessa na despedida do programa

O pianista recorda uma promessa que Jô Soares lhe confidenciou na gravação do último programa, em dezembro de 2016.

“‘Osmarzinho, querido’, que era a forma com a qual o Jô carinhosamente me chamava, ‘Nós vamos continuar! Fique preparado, que a gente vai voltar a fazer isso em outra emissora!’. Mas infelizmente não fizemos. Era algo que ele tinha muita vontade, pois amava o que fazia. Eu entendi nessa última frase o amor que ele tinha pelo programa depois de tantos anos”, finalizou Osmar.

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