Música é só o que ouvimos?

Vivemos em Hubs, estruturas conectadas que criam dinâmicas em todos os segmentos da vida, incluindo o econômico em que o modelo de negócio da PRODUÇÃO E DO VAREJO está inserido. Uma vez disponibilizado o produto ou serviço para o consumidor, o próximo passo é comprar. Música não é só o que ouvimos; tem uma produção que move e participa da economia. Então, compramos o quê?

Desde a antiguidade o ser humano compra e vende produtos e serviços porque tem necessidades. Nos tempos remotos, o mecanismo era feito por meio da troca. Se havia uma laranja e a comunidade precisava de maçã, então trocava-se o excedente e a roda girava nas relações comerciais. Historicamente, passamos por vários modelos de trocas, criação de moedas e modelos comerciais que, pouco a pouco, foram criando formas de se comprar, ajustado às necessidades das pessoas para melhor forma de atender o consumidor.

Muitos produtos e serviços possuem identidade com o consumidor sendo de fácil adesão no seu sistema de vida, mas, como fazer quando um produto não encontra o consumidor e é parte da sua necessidade? Pesquiso os produtos que nem sempre são parte das escolhas primárias do consumidor, mas, estão disponíveis para a compra: a arte e a música, e é desta cadeia, incluindo o varejo que falarei.

Os instrumentos musicais que conhecemos hoje, chamados eruditos, vieram com a corte portuguesa em 1808. No que se refere à música no período joanino, é de se salientar a introdução da estética musical erudita em uma cidade acostumada com a sonoridade produzida pelas classes populares como os negros, índios ou da voz humana na música sacra. A música, como toda a arte, é ligada ao seu tempo e à sua sociedade. E os instrumentos musicais do século XXI? Como está o negócio do varejo deste segmento? Como estão as trocas comerciais desta relação? Será que ainda podemos trocar um pandeiro por uma maçã? Será que a sociedade permite trocas que não estão aparentes nas nossas necessidades?

Podemos começar desenhando uma visita pelas Ruas Santa Ifigênia ou Aurora e a rua Teodoro Sampaio, tradicionais na cidade de São Paulo e especializadas em atender o consumidor que se interessa em tocar e produzir música. Com apenas alguns passos percebe-se que ainda temos o modelo de negócio similar ao que acontecia na rua Direita, antigo centro dos negócios da Música que agitava estes profissionais frequentadores do Teatro Municipal, no final dos séculos XIX e XX.

Varejo é vendas e as vendas precisam ser humanizadas oferecendo cheiros, sensações e inovações com experiências transformadoras. E a Indústria? O que fazer com a chegada da Tecnologia? O 5G e a WEB3 permitem a descentralização das informações e a transparência de dados além da IA, BIG DATE, NFTs, BlockChain, Impressora 3D, Metaverso que trarão novas experiências sonoras e inovadoras tais quais aconteceram com a indústria automobilística e a mobilidade, os Apps e a localização, as hospedagens e o AirbnB. Esta disrupção da utilidade chega também na música e nas artes onde nossas próprias composições sejam elas sonoras ou plásticas serão de forma digital levando nossa imaginação e criatividade além dos limites possíveis. Enquanto isso, vamos melhorar a experiência do cliente e inovar o modelo de negócio com a produção de novos produtos e serviços. Que tal ter um instrumento musical disponível por assinatura? Que tal o retail as a service? Ou então, apenas compartilhamento? Estes modelos já aplicados em outros segmentos trarão oportunidade de trabalho, renda e emprego e uma indústria preocupada com a inovação oferecendo oportunidade única para a criatividade e engajamento do consumidor.

Por Valéria Gadioli

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