‘Todo mundo quer alguém para dividir a vida’, diz Roberta Campos, que canta o amor no novo trabalho

Roberta Campos está cheia de amor para dar. Misturando sua MPB de voz e violão com indie, jazz, bossa nova ou blues, ela apresenta um novo trabalho que fala diretamente ao coração. Neste Papo Reto ela fala de amor, obviamente, das novas canções e das parcerias tanto na carreira quando no trabalho atual.

Como foi a volta aos palcos depois de tanto tempo?

Está sendo tudo muito intenso! Todo mundo estava com saudade dessa energia forte e tão boa que os shows proporcionam pra gente. É uma troca maravilhosa! Eu não via a hora de voltar pra estrada, estava melancólica sem poder exercer a melhor parte da minha profissão. Eu amo fazer tudo que me leva pros palcos. Compor, montar e ensaiar o show, mas encontrar com as pessoas pra fazer o show acontecer é que dá sentido a tudo! É meu trabalho, além de todo o bem que me proporciona, e eu preciso trabalhar para viver, para pagar minhas contas.

Qual é a pegada do seu novo trabalho?

“O amor liberta” é um disco pulsante! Tem uma mistura de elementos que vinha ouvindo durante os últimos anos e que me influenciaram na hora de compor as canções e de fazer os arranjos que, inclusive, fiz junto com Paul Ralphes. Uma mistura de blues, jazz, bossa nova, folk. Chamei o Paul para produzir o trabalho. Escolhi 11 músicas inéditas e de minha autoria, sendo que quatro delas são em parceria. Tenho musica com Luiz Caldas, Hyldon, De Maria e uma parceria com Humberto Gessinger, a canção “Começa tudo outra vez”, que ele canta comigo no disco e inclusive está entre as três músicas mais tocadas nas rádios do Brasil no gênero de MPB. Tem participação da banda Natiruts, na faixa “Miragem”, e um time maravilhoso de músicos que reside no Rio de Janeiro e convidei para gravar comigo.

Você tem parcerias com vários nomes consagrados da música. Quem são seus melhores amigos no meio musical?

Eu tenho vários amigos bacanas no meio e, certamente, com a maioria deles eu já fiz música, já que para mim a composição funciona assim: flui a partir de alguma sintonia que a gente tem. Danilo Caymmi, Carlinhos Brown, Zélia Duncan, Fernanda Takai, Dadi Carvalho, Paulo Mendonça, Sergio Britto, Juliano Holanda, esses são alguns nomes do Brasil que já fiz e venho fazendo música. Como hoje falo espanhol e tenho feito muitas músicas no idioma, acabei fazendo vários amigos de outros países também, como Alex Cuba (vencedor do último Grammy Latino como Melhor Álbum de Pop Latino), Sergio Echenique, Alex Ferreira, Gaby Moreno, Diego Ojeda, Leonel Garcia, Jorge Drexler.

Quais parcerias mais te empolgaram até agora?

Todas são empolgantes! Cada uma com sua particularidade! Como compor a canção “Abrigo”, minha primeira parceria com Fernanda Takai; compor com Erasmo Carlos; com Paulo Mendonça; me encontrar com Hyldon e fazermos tantas músicas boas e compartilhar o nosso amor pela música! Conhecer o Danilo Caymmi e hoje olhar para dezenas de canções que já fizemos! Cada música tem um lugar, cada uma atinge as pessoas de uma forma e ganha o mercado do seu jeito também. Mas, pra mim, elas são todas igualmente importantes. Importantes para contar sobre minha existência, porque falam de um momento, um sentimento, uma visão minha para com o mundo, e compartilhar isso com a visão de um amigo, fazer essa conexão da nossa arte, torna tudo muito maior, mais denso e mais vivo!

O Hyldon é uma figura muito querida do mundo da música. Como foi a parceria com ele?

Começamos a compor juntos em 2016, que foi o ano em que abri mais esse leque de parcerias, já que 95% das minhas composições são feitas de forma solitária. Lembro de ter tido uma ideia de me juntar com pessoas para compor e pedi a um amigo que me colocasse em contato com o Hyldon, pois o admiro muito. Logo começamos a nos falar bastante e já vieram quatro canções de uma só vez! Ele é um cara incrível, talentoso demais, generoso demais e ama a música! Temos muito em comum e é sempre um prazer ter o Hyldon por perto. Sou muito fã dele.

E qual a pegada da parceria com o Gessinger?

Em 2016 foi o ano em que também conheci o Humberto! Fui a um show dele em São Paulo e fomos apresentados! A gente é parecido, rolou uma sintonia imediata. Eu tinha um pedaço de música que havia começado a fazer e tive a ideia de enviar pra ele. Ele adorou e em uma semana a gente já tinha nossa primeira parceria pronta!Guardei a música, porque desde ali eu já vinha separando as canções que caberiam no álbum que eu estava desenhando. Quando entrei em estúdio no final de 2021, chamei o Humberto pra cantar a música comigo e ele aceitou o convite. O resultado da canção é lindo e fico muito feliz em ver as pessoas se identificando com a música! Ela descreve o dia a dia das pessoas, o cotidiano de uma relação bem sucedida, e isso tem trazido as pessoas pra perto da canção. Afinal, acho que todo mundo que busca uma relação, quer viver uma relação saudável e ter alguém com que se possa dividir a vida.

A gravação com Luiz Caldas é o momento mais solar do disco?

“É natural” é uma composição que fizemos juntos. Eu tinha uma ideia bem adiantada de música guardada desde 2011. Já tinha a melodia toda e parte da letra. Mexendo nuns arquivos, certo dia eu encontrei esse registro e logo pensei em chamar o Luiz para terminar a música comigo! Ela é alegre, tem uma mensagem muito positiva, é solar e traz uma energia muito boa, que tinha tudo a ver com a baianidade e o astral do meu amigo! E o refrão dela soa quase como um mantra, um desejo que temos pra vida: viver mais e ser feliz nesse processo.

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